A execução de Alexandre Araújo Brandão, de 33 anos, conhecido como ‘Xuruca do Japiim’, foi planejada por André Trajano Feitosa, apontado como parceiro de facção e atualmente foragido.
A motivação do crime, segundo a polícia, foi uma disputa por pontos de tráfico de drogas no bairro Japiim, zona sul de Manaus.
Três homens foram presos suspeitos de participação direta no assassinato: Rodrigo Nascimento Vieira, 36 anos; João Victor da Silva Guimarães, 26; e Wellington Serafim Maximiano, 48.
Apontado como um dos líderes do Comando Vermelho (CV) em Manaus, Alexandre foi morto a tiros no bairro Campeche, em Florianópolis (SC).
No momento da execução, ele carregava o filho, um bebê de 1 ano e 8 meses, que também foi atingido pelos disparos.
A Polícia Civil de Santa Catarina confirmou que pai e filho foram surpreendidos durante a ação criminosa.
Disputa interna levou à execução, diz polícia
De acordo com o delegado Alex Bonfim Reis, responsável pela investigação, Alexandre e André faziam parte da mesma organização criminosa, com atuação em Manaus, especialmente no bairro Japiim, e também em Florianópolis.
Segundo o delegado, uma divergência interna motivou a fuga da vítima para Santa Catarina.
“A vítima, após uma divergência interna, fugiu para Santa Catarina. O mandante, ciente que poderia tomar o espaço, decidiu executar a pessoa que estava lá”, explicou Alex Bonfim.
As investigações apontam que André Trajano Feitosa se uniu a João Victor e Wellington, que viajaram para Santa Catarina e se encontraram com Rodrigo, outro integrante da facção que já residia no estado.
Rodrigo ficou responsável por monitorar a rotina de Alexandre. Conforme o delegado, ele chegou a alugar um apartamento em um condomínio frequentado pela vítima, que costumava visitar familiares no local.
No dia do crime, Alexandre foi seguido até o momento em que foi visitar um familiar. Rodrigo então avisou João Victor, apontado pela polícia como o autor dos disparos.
João Victor foi até o local e surpreendeu Alexandre com tiros pelas costas. Após a execução, o mandante do crime seguiu para o Rio de Janeiro, enquanto os demais envolvidos retornaram para Manaus.
Atentado em Manaus antecedeu execução
Em julho de 2025, Alexandre já havia sido alvo de um atentado em Manaus. Ele estava dentro de um veículo Land Rover Discovery, avaliado em cerca de R$ 500 mil, na rua Nova Olinda, no bairro Japiim, quando foi atacado a tiros.
Na ocasião, um carro modelo Argo, de cor branca, com seis ocupantes, emparelhou com o veículo da vítima e efetuou diversos disparos.
Alexandre foi atingido nas pernas, mas conseguiu sair do carro e revidar os tiros, mesmo ferido.
Em 2024, Alexandre chegou a ser preso em flagrante em sua residência, também no bairro Campeche, em Florianópolis.
Segundo as autoridades, ele integrava a cúpula da organização criminosa, conhecida como Conselho Permanente.
De acordo com o delegado Sávio Pinzon, da Polícia Federal, Alexandre fazia parte do alto escalão de uma facção com atuação no Amazonas e ramificações no Rio de Janeiro.
Ele era investigado por crimes como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e tráfico de armas.
Na época da prisão, Alexandre já respondia a mais de 12 processos, incluindo homicídio, tráfico de drogas e violência doméstica.